Venha ver o que eu fiz
Após anos de horror
Bela trova quis compor
Pro seu ano ser feliz
Venha ver o que eu fiz
Após anos de horror
Bela trova quis compor
Pro seu ano ser feliz
Brasil entre coxinha e mortadela
Muita gente sem nada na panela
Vão matando inocente na favela
E dizendo que é coisa de novela
Marginal patriota zé ruela
Governo tem um monte de querela
Cada esquina vem outra mazela
Mãe gentil tá com a boca banguela
Provavelmente sou um matusquela
Por transbordar de cor minha janela
Pra muitos poderia ser balela
Adoro postagem fora da tela
Pintada e bordada com a Aquarela
Bem animada, criativa, Bella.
Quanta coisa você acha que caberia
Numa caixa vazia?
Que Cor, forma, ação você incluiria
Numa tela vazia?
Bilhete, recado, oração, feitiçaria
Numa folha vazia?
Objeto, performance, quinquilharia
Numa sala vazia?
Quais os temas que você adicionaria
Numa rede vazia?
Declamaria sua própria poesia
Numa cena vazia?
Depois da pausa que nota tocaria
Numa pauta vazia?
Cabem quantas na mesma coreografia
Numa praça vazia?
Já pensou se você agora estaria
Numa vida vazia?
Pelo espaço dança e orbita
Brilho de luz azul esverdeada
Bela magia que nela habita
Sopro de vida que traz alvorada
Atmosfera tão sensacional
Como ela não tem outra igual
É mineral, vegetal, animal
Terra, Gaia, Ela é ideal
Tudo aquilo que jogou no chão
Retornará como inundação
E explodindo num vulcão ardente
Não deixará uma alma contente
Melhor viver na mata isolada
Longe daquilo que o ódio faz
Tranquilamente respirando paz
Do que ser outra vez ignora
Não há progresso sem compartilhar
Ninguém é dono para restringir
Terra, água, calor, amor e ar
Desde que vi quero coexistir
Que seu traço aperte o passo, voe
Transborde do papel para além do céu
Marque fundo a carne, a terra, a alma
E onde sua mão chegar tenha calma
E carinho para continuar seguindo
Sem você conjugar
Sem você entreter
Sem você dividir
Sem você compor
Sem você doar
Sem você combater
Sem você construir
Sem você expor
Sem você votar
Sem você debater
Sem você decidir
Sem você contrapor
Sem você mudar
Sem você entender
Sem você resistir
Sem algum Amor!
Um filho não é fácil educar
Mas o que mata
É ver a escola abandonar
Um filho não é fácil alimentar
Mas o que mata
É ver a comida envenenar
Um filho não é fácil cuidar
Mas o que mata
É ver o hospital sufocar
Um filho não é fácil criar
Mas o que mata
É não poder abortar
Um filho não é fácil amar
Mas o que mata
É o Estado a lhe caçar
Sem Bruno nem Dom
Sem nada de bom
Sem ciência
Sem razão
Sem paciência
Sem compaixão
Sem tato
Sem contato
Sem relação
Sem emoção
Sem Bruno nem Dom
Sem nada de bom
Sem fantasia
Sem igualdade
Sem melodia
Sem diversidade
Sem poesia
Sem habilidade
Sem magia
Sem criatividade
Sem Bruno nem Dom
Sem nada de bom
Sem arte
Sem vida
Sem lida
Sem contraparte
Sem amizade
Sem responsabilidade
Sem eterno
Sem fraterno
Sem Bruno nem Dom
Sem nada de bom
Sem ninho
Sem carinho
Sem passarinho
Sem ribeirinho
Sem voz
Sem nós
Sem resposta
Sigo outra proposta
Não me culpe
Te avisei que era Noob
Nessa coisa de jogar
Cada qual no seu lugar
Quero dançar colado
E mesmo num passo isolado
Fazer o tempo parar num colo
Para ver e aplaudir o seu solo
Te lançar e receber
Impulsionar e amortecer
De noite, madrugada ou dia
Aqui na minha companhia.
Bem lá do alto do igarapé
Lindo sorriso no horizonte
Fervendo tudo desde a fonte
Da sua orelha até meu pé
Um fruto apressado
Para ser degustado
Esse fruto devasso
É suco e bagaço
Aquece o orvalho
Cuidando, permitindo
Salta solto do galho
Dançando e fluindo
Nesse rio que vai seguindo o curso
Onde o mal não tem mais nenhum recurso
Mesmo com tantas pedras no seu percurso
Segue belo fruto, não só um discurso
Assim bem natural
Vegetal, animal e imaterial
Pronto pra germinar
Na margem esquerda deste lindo lugar